Editorial – Por Joel Mendes: Câmara de Ibaretama, palco de confusão e reflexo da política rasa

A Câmara de Vereadores de Ibaretama parece ter se tornado, semana após semana, um palco de polêmicas, discursos exaltados e vaidades inflamadas. O que deveria ser uma casa de diálogo, representação e defesa dos interesses do povo virou, infelizmente, um espetáculo de contradições e falta de foco. O povo, que um dia acreditou, hoje está cansado. Entregou os pontos, jogou a toalha. Já não há mais ânimo para acompanhar sessões em que o barulho é maior que as soluções.

O cenário é surreal: vereador que reclama do próprio nome que colocou na urna, como se não tivesse responsabilidade sobre o voto que pediu. Parlamentares que não aceitam o contraditório, como se a democracia fosse feita apenas da sua verdade. Há quem cobre, mas cobra mal, e isso descredibiliza até as boas intenções que possam existir. O debate virou briga de palanque mal resolvida, com pitadas de ego e muita performance vazia.

A Câmara hoje reflete o retrato do processo eleitoral que nos trouxe até aqui: uma disputa marcada mais por rivalidades pessoais do que por projetos consistentes para o município. Lá dentro, ainda ecoam os gritos das brigas do passado, os beijos forçados dos acordos políticos e até poesias jogadas ao chão, sem valor. Em vez de trabalhar pelo povo, parte dos vereadores se ocupa em se atacar, em se defender, em se justificar, como se o cargo fosse apenas um microfone aberto para desabafos.

É lamentável, é triste, mas é a realidade. A política de Ibaretama precisa urgentemente de maturidade, de responsabilidade e de gente comprometida de verdade com a mudança. Não basta sentar na cadeira e vestir o crachá: é preciso honrar o voto, calçar os sapatos da humildade e entender que quem está ali foi eleito para servir, não para se servir. A população merece mais e precisa voltar a acreditar que é possível, sim, fazer diferente.