A venda de tadalafila, medicamento indicado para tratamento de disfunção erétil, cresceu 20 vezes no Brasil nos últimos dez anos e atingiu um recorde histórico, segundo dados de farmacovigilância. Embora seu uso tenha sido originalmente voltado a homens mais velhos com problemas vasculares, o perfil dos consumidores mudou drasticamente: jovens e até adolescentes estão recorrendo ao remédio para melhorar o desempenho sexual, mesmo sem necessidade clínica.

Especialistas alertam que o uso indiscriminado da tadalafila entre pessoas saudáveis, apenas para “impressionar” parceiros e parceiras, pode trazer sérios riscos à saúde. Entre os efeitos colaterais mais comuns estão dores de cabeça, queda de pressão arterial, taquicardia e até problemas cardiovasculares em casos mais graves. O uso sem prescrição médica ainda pode mascarar disfunções reais que precisam de acompanhamento profissional.

O fenômeno levanta preocupação entre médicos e educadores, pois revela uma relação distorcida com a sexualidade e uma pressão cada vez maior pelo desempenho, inclusive entre adolescentes. Muitos usuários desconhecem que a tadalafila é um medicamento com indicação específica e não deve ser utilizado como recurso recreativo ou de performance.

Diante do crescimento nas vendas, profissionais da saúde defendem campanhas de conscientização voltadas à população jovem, com foco em educação sexual, autoestima e os riscos do uso de medicamentos sem orientação médica. O uso responsável e informado é essencial para evitar consequências futuras à saúde física e emocional.